O dólar à vista tinha queda perante o real nesta terça-feira (13), em traço com uma fraqueza ampla da lema norte-americana no exterior, à medida que os investidores avaliavam a trégua tarifária entre Estados Unidos e China e novos dados de inflação da maior economia do mundo, enquanto também analisam a ata do Copom.
Às 10h28, o dólar à vista caía 0,67%, a R$ 5,6366 na venda.
No mesmo horário, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasílio, subia 0,73%, a 137.564,21 pontos.
Na segunda-feira (13), o dólar à vista fechou em alta de 0,50%, a R$ 5,6833.
Harmonia mercantil
Os movimentos do real nesta sessão ocorriam na esteira de perdas da moeda dos EUA frente a pares fortes, porquê o euro e o iene, e contra emergentes, porquê o peso mexicano e o peso chileno.
Os investidores seguiam reagindo ao pregão de um acordo comercial entre as duas maiores economias do mundo na véspera, com o gosto por risco do pregão anterior cedendo lugar a uma maior cautela enquanto se aguardam mais detalhes sobre os próximos passos na disputa mercantil.
EUA e China apresentaram na segunda um convénio para reduzir suas tarifas punitivas impostas em abril por 90 dias, com Washington cortando suas taxas de 145% sobre produtos chineses para 30%, enquanto Pequim diminuiu as tarifas de 125% sobre importações norte-americanas para 10%.
O pregão do convénio fortaleceu o dólar globalmente na segunda-feira, uma vez que melhoraram as perspectivas sobre a economia norte-americana, vista porquê a principal prejudicada da guerra mercantil iniciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
Mas uma vez que persistem incertezas sobre os desenvolvimentos da guerra mercantil nos próximos meses, os agentes financeiros optavam por virar algumas posições na sessão desta terça, provocando perdas para o dólar.
“Começamos o dia com uma ligeiro inversão do que vimos ontem… Hoje existe uma certa moderação. Por mais que seja interessante que o convénio tenha sido firmado, a verdade ainda bate nas portas”, disse Matheus Spiess, comentador da Empiricus Research.
“As tarifas ainda são elevadas frente ao que tínhamos antes, ainda tem uma janela para negociações que não significa que tudo vai ser resolvido e a Morada Branca vai continuar com sua retórica errática”, completou.
O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,26%, a 101,460.
Inflação ao consumidor nos EUA
No cenário extrínseco, os mercados também estavam atentos a dados de inflação ao consumidor nos EUA, que também ajudavam na queda da lema norte-americana.
O governo norte-americano informou que o índice CPI teve subida de 0,2% em abril, em oferecido aquém da projeção de proveito de 0,3% em pesquisa da Reuters. Em 12 meses, a inflação foi a 2,3%, aquém dos 2,4% esperados por analistas.
Apesar de o CPI não ser o índice utilizado pelo Federalista Reserve para sua meta de inflação, o resultado fornecia maior crédito em um controle das pressões de preços no país, fomentando expectativas de mais espaço para cortes de juros.
Ata do Copom
Na cena doméstica, o foco estava em torno da ata da reunião da semana passada do Banco Central, em que os membros elevaram a Selic em 0,5 ponto percentual, a 14,75% ao ano, e deixaram em cândido o movimento do encontro de junho.
No documento, o BC afirmou que os membros avaliam que, em um envolvente de expectativas de mercado desancoradas, é necessária uma restrição monetária maior e por mais tempo do que seria propício em outro momento.
A perspectiva de juros altos mantém o diferencial de juros do Brasil favorável, o que também é um impulso positivo para o real.
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*Com informações da Reuters