O dólar à vista tinha ligeira subida diante de o real nesta sexta-feira (25), a caminho de fechar a semana em baixa, à medida que os investidores analisavam sinais de refrigério nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China, e avaliam dados de inflação no Brasil.
Às 10h42, o dólar à vista subia 0,27%, a R$ 5,6981 na venda.
No mesmo horário, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasílio, tinha queda de 0,22%, a 134.283,93 pontos.
Na quinta-feira (24), o dólar à vista fechou em baixa de 0,43%, a R$ 5,6933.
Contexto internacional
Os movimentos da mote brasileira nesta sessão ocorriam em meio aos ganhos amplos — mas tímidos — do dólar nos mercados globais, em que avançava sobre pares emergentes, porquê o peso mexicano e o peso chileno, e diante de pares fortes, porquê o iene e o euro.
Investidores retomavam posições compradas na moeda norte-americana diante de notícias que indicam um verosímil refrigério na guerra mercantil entre as duas maiores economias do mundo, fator que tem feito os agentes abandonarem ativos dos EUA nas últimas semanas.
A China isentou nesta sexta algumas importações vindas dos EUA de suas tarifas de 125% e pediu que as empresas identifiquem produtos que podem ser elegíveis à medida, de pacto com corporações notificadas pela mudança, no que foi a maior mostra dos temores de Pequim com os impactos das tarifas.
Do lado norte-americano, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou mais cedo que recebeu uma relação do líder chinês, Xi Jinping, e apontou que seu governo está conversando com a China para fechar um pacto tarifário.
Com as expectativas de redução das tensões entre os dois países, o dólar se fortalecia antes seus pares, recuperando perdas acumuladas com a aversão recente de investidores a ativos dos EUA devido à incerteza dos planos tarifários de Trump e à preocupação em relação aos efeitos sobre a economia dos EUA.
“O dólar continua a se estabilizar em relação à maioria das moedas, em meio a sinais de um abrandecimento das tensões comerciais globais”, disse Eduardo Moutinho, comentador de mercados do Ebury Bank.
“Esse movimento de desescalada, impulsionado também pela notícia de que acordos comerciais podem ser finalizados até a próxima semana, foi muito recebido pelos investidores, aumentando o gosto por dólares”, completou.
O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,19%, a 99,615.
Por mais um pregão, as atenções dos investidores estavam amplamente voltadas para o cenário extrínseco, com os dados econômicos domésticos ficando de lado nas últimas semanas.
Inflação no Brasil
Nesta sexta, o IBGE informou que a subida do IPCA-15 voltou a desacelerar em abril, mas o índice segue pressionado pelos preços de víveres e saúde, com a taxa em 12 meses ainda supra de 5% em meio ao ciclo de elevação da taxa de juros pelo Banco Meão.
O IPCA-15 subiu 0,43% em abril, posteriormente subida de 0,64% em março, ficando em risco com a expectativa em pesquisa da Reuters. Os dados divulgados mostraram ainda que, em 12 meses, o progressão amontoado do IPCA-15 chegou a 5,49%, de 5,26% em março.
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*Com informações da Reuters