A implementação de medidas protecionistas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, representa um repto significativo para a economia global e para as relações comerciais. Enquanto alguns veem uma vez que um “remédio amargo”, outros questionam sua eficiência e possíveis consequências para o negócio internacional.
Em entrevista à CNN nesta quinta-feira (3), o economista William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, disse que o protecionismo não é uma propriedade histórica da economia americana. No entanto, a atual proposta de tarifas pode ser vista uma vez que uma tentativa de aumentar a arrecadação e, consequentemente, reduzir o déficit fiscal do país.
O economista estima que as novas tarifas poderiam gerar entre US$ 700 e 800 bilhões em receita, mesmo considerando uma provável redução no negócio. “A tentativa das tarifas é uma forma de você aumentar a arrecadação”, afirmou Alves, destacando a valor da medida para a saúde fiscal dos Estados Unidos.
Para o estrategista da Avenue, o governo americano vem trabalhando para trinchar gastos, incluindo demissões no setor público. Segundo ele, essas ações, combinadas com as novas tarifas, fazem segmento de uma estratégia mais ampla para lastrar as contas públicas.
Contexto político e econômico
Alves contextualiza a decisão de Trump dentro do cenário político que o elegeu, sugerindo que segmento do eleitorado americano procura uma “chacoalhada” no status quo.
“Acho que um pouco da intenção de uma segmento relevante dos Estados Unidos que elegeu o Trump, é dar uma chacoalhada em tudo mesmo”, comentou.
Apesar do potencial impacto negativo na popularidade de Trump em ano eleitoral, Alves argumenta que essas medidas podem ter benefícios a médio e longo prazo.
“Você conseguir equacionar a questão do déficit fiscal, você reduz a taxa de juros de longo prazo na economia que é extremamente proveitoso exatamente para investir”, explicou.